30/07/2007

Poema do Amigo

Estranhamente pálido
e anêmico,
Que de vezes já o encontrei,
Em escusos bares do submundo,
O meu calado cúmplice!

Havíamos feito muita farra juntos.
Convivemos numa convivência boa
Desde a época do liceu
Até conseguirmos nosso diploma de bachareu.

Assim como todo bom advogado
Que vivia em nossa época,
Éramos perfeitos boêmios e poetas.
Mas isso não era coisa de se contar.

E aquele segredo sentava-se ali conosco
Como um convidado invisível.
E nós bebíamos lentamente a ver se recordávamos
Toda nossa vida,
em apenas algumas garrafas...

Através da grande janela envidraçada
Podíamos ver as águas do Tejo passando lá fora.
Era maravilhoso o espetáculo que se descortinava
No bar, lembranças,
meu amigo e eu nos embriagávamos...

Marta Peres

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