23/09/2009

Torrente de Saudade


Torrente de Saudade

Depois de tanto caminhar consigo
chegar até você, casa querida,
paro à sua porta, observo suas
velhas paredes altas, pintura azul...

Continua como sempre a vi. E penso
no tempo que perdi vivendo longe,
uma saudade ingrata envolve meus
olhos vertendo lágrimas magoadas.

Um vazio bateu dentro de mim, medo
e dor por já haver perdido entes amados,
habitantes daquele lar que tanto amei
e deu-me abrigo. Chorei copiosamente.

As nuvens dos olhos não me deixaram
enxergar a sala, porém, nas minhas
lembranças inda estava ali o sofá
onde minha mãe assistia TV. Vazio.

Onda de desespero invadiu meu corpo
tomando conta da minha alma, passo
as mãos pelos cabelos, limpo o rosto
deixando passar torrente de saudade.

Marta Peres
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