22/09/2009

Silêncio


Silêncio

Um silêncio brutal se instalou,
engasgo e aflição em mim!
Sei, já não mais verei paisagens
coloridas da mocidade, meus
caminhos são outros, alguns
penetrarei, outros nem tentarei.
O sangue ainda grita em mim,
o sol chega todas as manhãs
porém, vivo triste, cansada, sinto
os sentidos gastos e sua ausência
incomoda, machuca. Luzes iluminam
o caminho e é uma substância que
lembra a aurora. Carrego minhas
chaves e elas não abrem fechaduras,
portas continuam fechadas.
E ando dormindo ao relento, espero sua volta
e você não vem, chamo e não ouve meu chamado.
O viço vai indo embora, frágil sinto-me presa
a correntes, não me conformo com a ferrugem
roendo, sangrando o coração apaixonado.
O leito frio deixa marcas de espinhos, tenebroso
mar de sono envolve a alma, meu porto não acena!

Marta Peres
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