23/09/2009

Serenata


Serenata

Soluços de um violino
numa frouxa calma,
dentro da noite fria
de lua cheia ferem
a alma. Saudades
sufocam o peito.

Relembrando o passado
passa mãos pelos cabelos
tentando afastar lembranças,
anda pelo aposento, observa
a janela. Parece esperar.

Vento sopra gelado
no jardim, atropela
folhas mortas,
e o choro permanece
debaixo da janela numa
cantiga arrebatadora.

Chora sufocada e triste
pelo abandono, sem entender
motivos do adeus, e agora
a serenata? Seria inconseqüente?
Simplesmente benevolência?

Marta Peres
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