VELHA CRUZ SOLITÁRIA
Sozinha na estrada por onde ando
Sempre encontro chorando, só e triste,
Esquecida na vida, a velha cruz solitária!
Na solidão vive dia e noite, dia após noite
Esquecida do mundo, sem alguém que por lá
Passe e pare levando um cadinho de flor,
uma oração a favor.
Quando o dia finda e a noite vem baixando,
Lá nas bandas da várzea funda, onde a cruz
Foi erguida, passarinho solitário canta e dança
Ao seu redor, deixando lindo o cenário.
Ao lusco-fusco, na penumbra das moitas,
piscam pirilampos ou vaga-lumes,
escondidos no ermo dos campos
brincando e beijando a cruz.
Ela, sozinha na ponta da estrada parece chorar,
Não há viva alma que acalente seu olhar,
Apenas borboletas coloridas, voláteis
Voando e enxugando as lagrimas teimando ficar.
O amor que busca esta cruz pequena,
Entre choros e penas, sofrimento atroz,
O gozo e o riso, seu sonho há de encontrar,
Numa rosa tristonha, nascida ao pé da cruz.
MARTA PERES
02/12/2007
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