03/12/2007

Poesia






Falar da tristeza,

Em jardins cheios de flores,

No perfume exalado pelos amores

Que nos faz chorar e sorrir...


Me perco na poesia,

ela fala por si

e nada preciso dizer

só calar e ouvir...


O coração diz doces palavras

E nas asas da imaginação vou sonhando,

Me perdendo nos sonhos,

Deixando fluir e escorrer versos...


Dele, lágrimas são derramadas ao cantar

E os sentimentos carregados nas asas

De pássaro gigante são jogados para fora

Em ânsia do dizer em silêncio...


A poesia escorre no papel, tal qual vinho

Derramado da taça, pérolas sagradas

Luzindo docilmente, amores...renúncias...

Perdições...encontros e desencontros...

Do amor ao ódio...


Marta Peres






 Ipês


Ei-las, erguidas nos ventres das montanhas,

a cada ano mais belas e majestosas,

ipês brancos, amarelos e roxos

emprestam a natureza alegria da época.


Todas têm o coração aberto em flor

E não sei dizer qual é a mais bela,

Páro absorta em meus pensamentos

Que voam longe, dentro de ti, bela flor!


Quero beber-te por inteira na suntuosidade,

Teu branco nas flores faz com que lágrimas

Desprendam dos meus olhos que encantados

Com rara beleza jorram feito cascatas...


Benção Divina! Natureza Mãe!

Teu esplendor faz-me deixar de lado toda amargura

Que minha alma possa estar sentindo,

Aqui de onde me posto admirar tamanha formosura,

Nas folhas e nas flores em cachos...


Marta Peres

Esperança






Esperança


Vem o vento e bate em meu rosto,

Vem o vento e logo passa,

Já nem sei onde moro

Não tenho casa

Não tenho mar.

Esperança, esperança, diga onde está!


Passa o vento que veio

Passa o vento...

O vento é fumaça

E a fumaça passa

Esperança, esperança, onde mora a esperança!


Tudo vem e tudo passa,

Até o pensamento quando não faz pirraça

Tudo passa com o vento

Vem e passa, como fumaça...

Esperança, esperança, preciso de você!


Estou certa e vou de vencer,

Tudo correrá bem, a esperança anda comigo

Ela é meu tesouro

Carvalho imenso erguido,

No chão da minha vida!


Marta Peres

Quem sou eu?


    
Quem sou eu?

Pergunta insondável, não me defino,

Sinto dentro de mim centelha indecifável

Vim ao mundo, ainda sou ser inacabado.


Tento me descobrir, vou me fazendo pouco

a pouco e na medida que o tempo avança

sei que caminho para a morte


O sangue agita em minhas veias,

Pensamento livre alça vôo, escrevo

E a poesia toma conta do meu ser.


Algo palpita, encanta, aclara emoções

E inebria a alma, meu espírito fala

E ouve meus fantasmas, loucura

Que cultivo sem querer.


Marta Peres

Vivendo de Ilusão

Vivendo de Ilusão

Travo luta diária com minhas emoções,

Derramo lágrimas, o sentimento, o amor,

O entusiasmo, não me deixam exercer

influência sobre a vida,

o destino dos homens.

Suspiro fundo, deixo cair no papel

A tinta que vai se transformando

Em palavras, de ilusão vou vivendo!


Marta Peres

Ilusões

Primavera


Primavera


Já é primavera e o sol lá fora brilha

De contentamento e felicidade,

Nosso jardim vestiu-se de flores

Enfeitando a porta com todas as cores,

doce suavidade...


É a primavera entrando em nossos corações

E sorrindo, entoando canção cantada por anjos

E soprada ao som dos ventos, toque sutil

De flauta doce, no ar poesia vibrando

Primavera, primavera, primavera...


Orquídeas abrindo e rosas em botão,

Nosso chão enfeitado de margaridas

E as hotências fazendo o caminho

por onde passamos e entramos na casa, onde

o amor chega junto com a primavera!


Marta Peres

Escritores da Liberdade

Prêmio Blogger Escritores da Liberdade

Pelos direitos a mim concedidos por Luiza Caetano e Dolores Q. Jardim
quando me fizeram detentora do prêmio Escritores da Liberdade,
Atribuo o Prêmio à Poeta Ana Wagner

BLOG CAMPO DE SONHOS :

http://campodesonhos.blogspot.com

Trata-se de uma poeta encantadora que leva na alma a nobreza dos poetas.

Aninha, você agora é Escritora da Liberdade!
Seja bem vinda amiga!

Marta Peres

Canção do Outono




Canção do Outono


Violas e violões deixam no ar suave acorde,

languido, me enche de dor e saudade

E de uma tristeza que mais parece abandono...


Da janela a fitar os céus choro quando ouço

O bater das horas, o cair da tarde...


Quando é hora de você voltar, sofro

Pois sei que não vem e as alegrias de outrora

Já morreram e enterrei.


Deixo o vento tocar meu rosto molhado,

Fico a sua mercê e num tormento

Me transporta pra lá e pra cá,

Sou folha seca, morta e a sua disposição!...


Marta Peres

Arte Poesia





Arte Poesia
A inspiração vem sob a forma de arte
E tudo se torna belo, a um toque de magia
Tudo se transforma e fica inexplicável...
Perambulo em mim mesma, busco a eterna poesia
E ela vem da essência da natureza...
Tudo o que é belo quer gritar...paixão que alucina...
Necessidade de poetizar tudo ao redor, atordoante
E complexo é o desejo...dorido...feliz...harmonizador...
Dúvidas cercam e martelam...incertezas na grandeza,
Nos gozos, na miséria e sofrimento...diante dos olhos
O espetáculo da natureza, do mundo, sente agitar-se
dentro de si um elemento desconhecido que a transporta,
entusiasma, suspira, enlouquece, chora...
A poeta sonha e sai de dentro do peito uma luz calma
e incontrolável querendo ditar poesia...
Força sobrenatural que envolve e abraça e amarra
A alma e todo o corpo, emerge mais profundo
E novamente em gotas de alegria e contentamento
Vem sutilmente transformando o sonho, a ilusão
A quimera, a dor em, arte poesia...

Marta Peres


02/12/2007

ESCRITORES DA LIBERDADE POR JULIO TEIXEIRA

ESCRITORES DA LIBERDADE POR JULIO TEIXEIRA
Este prêmio (Escritores da Liberdade) traz oculta em sua tragetória, que
espero seja longa, algo de extraordinária importância traduzida numa
palavra: Liberdade. Liberdade no uso da palavra escrita, exercitando a
expressão mais simples do pensamento livre... E sem medo!

Pois assim como a arte tem incontáveis formas de se a olhar,
também a palavra tem quase infinitas vozes. Pena que muitas ainda se calem!

Embora no silêncio pensem, e o pensamento crie tanto ou mais que a palavra.

Por outro lado vão também muitos retóricos... Que hoje já nem tanto...
Já nem tanto retóricos, bons retóricos, naturalmente.
E o que desses se ouve são mesmo só impropérios retóricos,
vejam que absurdo, a que ponto nós chegamos!Impropérios retóricos?
O que é isso? Nada, é tudo que eles dizem nada! Sempre, todavia armados
contra algo ou alguém, indo sempre por uma via escura e mal
freqüentada a vociferar impropérios e blasfêmias, se tiverem e
forem (os outros) aquilo que eles não têm ou não sabem...
Algo a que a inveja lance as suas garras cobiçosas em direção ao OUTRO...

Pois não é que este anseio de liberdade celebrado neste prêmio,
“Escritores da Liberdade”, revela também um mote magnífico, o Outro!

Quão difícil é lidar com o outro!

Mas, quem é o outro?

Depende de quem observa.


Se o observador estiver perto e em casa, pode o outro ser o oposto,
no casa de um casal...

Quando, porém o Outro é o Outro idealizado... O ente político
contrário ideológico, o inimigo mortal que deve ser eliminado,
seja este quem for do outro lado, seja a tal de “zelite”,
segundo a ótica deles, e caso ainda sejam estes observadores
da esquerda dita burra... (Deus nos acuda)

Burra diz-se porque é por natureza “acéfala esférica”, pensando apenas
rudimentarmente com o lado esquerdo do cérebro, na base rude da militância,
enquanto uma nova zelite retórica de uma só via, também,
já vai instalada ou encostada em algum gabinete...

E eis, pois os construtores de “Impropérios Retóricos”!

E os espalhadores ao vento de impropérios retóricos são então o
contingente da militância, e os pensantes construtores esses outros,
já “engabinetados” na máquina, que afinal são eles agora situação!

Todavia até entre eles há esta mesma polaridade, e se o chefe do gabinete
em frente tiver um carro novo, o mínimo que este observador
menor lhe deseja é que fure o pneu, porque afinal hoje este pequeno
observador está de bem com a vida, seu time ganhou e amanheceu melhor
e menos cobiçoso do bem alheio, ou do outro...

E então a liberdade dos livres, e o inferno daqueles que morrem
de inveja do bem do outro são os pólos opostos deste pequeno ensaio.

Há, todavia uma diferença brutal entre eles, pois enquanto os
livres falam com a razão e com a alma e são apenas o outro para o invejoso,
a estes só resta o inferno da desinformação e as crenças levianas e
cachaças acompanhadas por uma côdea, seja de pão, seja de esperança.

Mas também devido à pobreza de espírito daqueles, os livres
passam a ser alvo dos escravos da cobiça. E aí os livres e agora apenas o outro,
se não se puder tomar a liberdade e a tudo que neles reluz,
se lhe tome então a vida ou no mínimo o que ele mais quer...

E aos seus mitos e padrões de civilização culturais celebrados em valores
de espírito e de família destruam-se todos, seguindo a cartilha do Italiano
e do Francês que morreu de AIDS...

Cujo ideal da cartilha já esta cristalizado numa forma muito próxima ao
código dos sindicatos do crime no Foro de São Paulo, que de algum modo governa.

Ah, mas estes rapazes e estas moças envolvidos com “botecos sombrios e
cachaças de péssima qualidade”, gerundismos e verborragias da
moda e encostados na máquina, enquanto a maioria eternamente à margem,
mas acreditando, como revelam bem as duas faces dos
criadores de “impropérios retóricos”! (riso)

Rir para não chorar, por ser este o tempo deles!
E numa gigantesca onda cujo movimento... Oriente Ocidente, Europa América...
Está mesmo por aí!

Mas também junto veio o anseio coletivo dos livres, plasmando o Bem,
Bom e Belo, e desde muito remotamente vêm vindo cautelosos
vigiando o andar da evolução.

Sim. Por mais nobre seja a taça de cristal só terá real valor
e serventia contendo raríssimo e eucarístico licor, ou porque não um
especialíssimo vinho, para não se falar já em essências ainda mais caras, e raras!

Mas freme, sim, no alto do mastro a bandeira da liberdade e da amizade
sincera, e ainda bem que são invisíveis aos criadores de “impropérios
retóricos”!

Todavia cautela, pois são ladinos; e, desconfiados, podem deduzir...
Sabem também muito bem bajular, e para isto fiquemos nós
os livres sempre atentos.

“Impropérios retóricos”! Acontece cada uma, que até parece duas!

Viva a Verdadeira Amizade e vivam para sempre os “Escritores da Liberdade”!

Estou ainda viajando e venho aqui prestar minha homenagem a todas
as amigas(os)e agradecer à Ana Paula pelo Prêmio a mim conferido
e também à sua idealizadora Dolores.muito, mas muito obrigado mesmo. amigas!

A caráter escrevi com a tônica da liberdade essa mensagem acima dedicada aos amigos e amigas da Of...Obrigado (POR JULIO TEIXEIRA)

As Três Cruzes

AS TRÊS CRUZES
Dia tristonho, céu escuro, choroso
Ergueram-se as três cruzes do Calvário...
0 Sangue derramado sobre o lenho criminoso
Mostrando as contas caídas de um rosário.

Da cruz maior se expandiram luzes,
Nela Cristo suspirava solitário...
Sentia as dores por todas as cruzes,
Do santo sacrifício, seu cruel fadário.

Sentindo as dores do mundo, gemia,
Na sua boca espumava o sangue,
Foi maltratado pelo veneno da ironia.

Ao lado o justo pecador se socorre
Ao ver em Cristo o amigo exangue
Agradece a Deus com Fé, reza, morre.

(MARTA PERES)

Prêmio Escritores da Liberdade!

Prémio Escritores da Liberdade
Dia chuvoso e véspera de feriado municipal, o que eu faço? Filmes!
E hoje eu assisti um em especial, que eu não dava nada de início, julguei
pela capa, coisa que normalmente não faço.
"Escritores da Liberdade", resumo oficial:
Quando vai parar numa escola corrompida pela violência e tensão racial, a
professora Erin Gruwell combate um sistema deficiente, lutando para que a
sala de aula faça uma diferença na vida dos estudantes.
Agora, contando suas próprias histórias, e ouvindo as dos outros,
uma turma de adolescentes supostamente indomáveis vai descobrir
o poder da tolerância, recuperar suas vidas desfeitas e mudar seu mundo.
Lendo assim parece mais um drama, não?
Mas esse filme lembrou-me muito Sociedade dos Poetas Mortos.
Ambos passam mensagens ótimas. Durante e depois de serem assistidos.
Realmente um maravilhoso filme.
E cá estou eu para criar um prêmio aos blogueiros...
Prêmio cuja explicação está logo abaixo.
Todos temos blogs pelo fato de gostarmos de escrever.
Por prazer, profissionalismo, ou qualquer motivo pessoal.
E a maioria gosta de escrever para liberar algum sentimento profundo,
seja ele bom ou ruim. Escreve para se encontrar, para analisar a
situação depois de algum tempo, ou naquela mesma hora,
e também por essa paixão de pôr tudo no "papel".
E estou chamando esses blogueiros de Escritores da própria liberdade.
Escritores sim, mesmo que amadores, que escrevem suas emoções,
que não guardam tudo para si.
Que compartilham tudo com pessoas muitas vezes estranhas
(entre as conhecidas)... Escritores que admiro muito, por vários motivos,
que se destacam de um jeito único, para cada uma das pessoas que os conhecem.
Blogueiros que publicam a sua liberdade de expressão.
Estou passando esse selo para 5 blogs que leio muito, que gosto muito.
E isso não significa que eu desconsidere os outros.
Vocês conhecem o "sistema". Passe adiante para outros 5 blogs amigos,
copiem esse texto se quiserem, parabéns, escritores da Liberdade! =)
1 - Meias Palavras
2 - Meu retrato
3 - Surto Psicossomático
4 - Tão Diferente
5 - Uma Menina

Até a próxima! :)

(Texto copiado do blog Batôn cor-de-rosa)http://batomcorderosa.blogspot.com
/2007/10/blogueiros-da-liberdade.html

Como premiado, cabe-me agora seleccionar 5 blogs e atribuir-lhes o prémio.

Os Blogs por mim escolhidos são:


"A MAGIA DA POESIA COMO ALIMENTO DE CADA DIA.O PÃO E A ÁGUA DA ALMA É O CORPO DAS PALAVRAS TECIDAS A PONTO DE EMOÇÃO".

(Texto extraído do blogue:http://vozdeaguaarteblog.com de LUIZA CAETANO)



Campo de Orquídeas
█ ▌ http://campodeorquideasbykarla.blogspot.com/

Ordem e Progresso
http://nelioperes.zip.net/

brazil-sandrah...
http://brazil-sandrah.blogspot.com/

Minhas Poesias Favoritas
http://spleenbored-minhaspoesiasfavoritas.blogspot.com/

Rabiscos a lápis
http://www.rabiscosalapis.blogspot.com/

O incentivo de vocês meus amigos me faz crescer dia-a-dia.

Muito Obrigado!

Marta Peres

PRÊMIO:ESCRITORES DA LIBERDADE

Tive a agradável surpresa de ser-me concedido um prêmio.Como blogueira: Escritores da Liberdade.

O prêmio foi a mim atribuído pelas minhas adoráveis amigas, Luiza Caetano artista plástica e poeta, autora do blogger http://vozdeagua.arteblog.com.br e Dolores Quintão Jardim autora do blogger http://omundodedoloresquintaojardim.blogspot.com/ também anteriormente nomeadas “Escritor da Liberdade”.
Sendo que Dolores foi nomeada pelo poeta João Jacinto, também anteriormente nomeado
“ Escritor da Liberdade”, autor do blogger http://joaojacintopoemas.blogspot.com
que foi inicialmente criado e publicado no blogue Batom cor-de-rosa(http://batomcorderosa.blogspot.com), para distinguir e incentivar todos os que escrevem, partilham seus sentimentos, opiniões,dividem as palavras amigas que recebem de seus amigos,colocam seus ideais,seus gostos pela literatura,seja ela de que forma for e de que manifestação lhe seja atribuída.
O prêmio tem um simbolismo, e reflete o reconhecimento a quem escreve,a quem partilha, Universo Em Poesia é como uma fonte que eu gostaria de passar a todos os que dele fizerem uso, ao maior número possível de amigos. Este prêmio considero um grande desafio e incentivo. Agradeço ao poeta João Jacinto, a Dolores Quintão Jardim e Luiza Caetano. Por isto outros como eu merecem e precisam de estímulo.
Passo o testemunho e procurarei ser isenta e justa na escolha, respeitando quem o criou, quem o imaginou, parabenizar os que receberam e acentuar a credibilidade dos valores da Liberdade, pois onde há Liberdade, há criatividade.


É uma honra receber o prêmio,

Escritores da Liberdade!

Sinto-me muito Feliz!

Beijos Meus Amigos!

Marta Peres

Velha Cruz Solitária

VELHA CRUZ SOLITÁRIA

Sozinha na estrada por onde ando
Sempre encontro chorando, só e triste,
Esquecida na vida, a velha cruz solitária!

Na solidão vive dia e noite, dia após noite
Esquecida do mundo, sem alguém que por lá
Passe e pare levando um cadinho de flor,
uma oração a favor.

Quando o dia finda e a noite vem baixando,
Lá nas bandas da várzea funda, onde a cruz
Foi erguida, passarinho solitário canta e dança
Ao seu redor, deixando lindo o cenário.

Ao lusco-fusco, na penumbra das moitas,
piscam pirilampos ou vaga-lumes,
escondidos no ermo dos campos
brincando e beijando a cruz.

Ela, sozinha na ponta da estrada parece chorar,
Não há viva alma que acalente seu olhar,
Apenas borboletas coloridas, voláteis
Voando e enxugando as lagrimas teimando ficar.

O amor que busca esta cruz pequena,
Entre choros e penas, sofrimento atroz,
O gozo e o riso, seu sonho há de encontrar,
Numa rosa tristonha, nascida ao pé da cruz.

MARTA PERES

Poesia

Devaneando

Bate a Chuva

Bate a Chuva

A chuva mansa bateu
cedo na minha janela,
Ela veio me encantar
Trazendo pingos para meu olhar...

Sua cantiga nem sempre é igual,
canta a chuva lá no meu quintal
e com música peculiar
mais parece cantiga de ninar...

Da vidraça vejo lágrimas escorrer
São gotas que brilham
No verde do teu olhar...

E a chuva lava os telheiros
E lava as ruas e avenidas,
A chuva lava a alma
Limpando sua ferida...

Bate chuva, bate no meu quintal
Limpa tudo direitinho
Molha flores, árvores e jardins
Molha minha tristeza
Levando embora de mim...

Marta Peres

Amizade


Senti vontade de dizer que você é especial,
Que Deus colocou você em minha vida
Como presente, pessoa ideal.

Quando Deus criou o mundo
Ele já antevia nossos perigos
E na Sua infinita bondade
Deus criou o amigo, criou você
para fazer parte do meu caminho.

Ele sabia das minhas fraquezasda
possibilidade de eu errar,
Então me vendo perdida, sem ação
Fez sua voz soar como cantar dos anjos,
Estava sem rumo você veio ao meu encalço,
Mesmo do jeito torto no agir,
você veio,me salvou...

Falta em mim palavras para agradecer,
Sei, pode entender, sou frágil, humana,
Se lhe ofendi, ofendi min’alma, arrependi.

Hoje sei que posso confiar em você
E que é fiel,
Você não disse palavra a mim, mas sei,
Soam como mel, doces, você é doce.

A hipocrisia não encontrei em você
nem a falsidade,
Quero você ao meu lado,
Na abundância ou necessidade.
Sinto-me pequena, nada lhe fiz
Mas peço ao Pai que lhe conserve feliz
Sei, nossa amizade criou raiz...será eterna...

Marta Peres

22/08/2007

Arte

Forte e bela se manifesta
Os afetos da alma,
Traz alegrias, paz e calma...
Suave quão uma tela ou ler poesia,
ouvir música...
não sei se o artista morre sem apologia.
Falar de arte é ouvir sonata ao violino
E a poesia corre célere no pensamento
No pensamento ágil da poeta,
Falar de arte é compromisso.
O dom da arte é pleno
E o pintor em seu desenho caminha,
Viaja nos traços,
Leves e sutis dão forma
E mostram sua criação, obra Divina.
Tela pintada por mãos abençoadas,
Pelos deuses do infinito, raras,
Belas nos abstratos não compreendidos
Mas admirados,
Deliciados pelo olhar...
Marta Peres

Mata


Caminho por densa mata ainda não devastada,
Vejo que mãos predatórias não a conhecem,
Sinto acolhida mansa e a boa sombra
Embrenho-me sozinha seguindo trilha definida.

Existem pontos da mata onde emaranhado
De sua vegetação densa e sem clareiras acentuam
E o escuro se intensifica, assombra e dá medo
Àquele que não conhece...

Um forte perfume silvestre paira no ar
E me envolve, minha impressão viva deslumbra
Pela pujança e suntuosidade da selva
Que me aturdiu e amedrontou...

E a mata inteira me convidando a continuar
Num passeio onde meus olhos pousavam
Em flores exóticas, e o convite a dormitar,
Descansar sobre ramos verdes, puro frescor.

Templo venerando!
Colunas, arcos, lustres rebrilhando
E capitéis, nichos e recamos!

Ao crepúsculo tudo se torna triste
E meu coração chora, sente a dor da agonia
Vendo a mata adormecer, deserta,
Só com seus habitantes.
Marta Peres

Todo o Dia

Minha casa vazia e triste
Recebeu você com alegria
E o sol penetra pela janela
A muito esperando um grande amor...

E o sol se fez abrasando tudo
E ouvi o cantar de pássaros
no meu coração e na minha vida,
meu jardim floresceu enverdeceu
tudo a sua volta...

Não durou muito ou nada
E foi somente um aceno
Uma brisa que beijou meus lábios
Partiu sem dizer adeus...

Cá fico eu debruçada à janela,
Vejo-te passar, nem voltas o olhar...
E todo dia é a mesma coisa...
Tu passas...eu vejo...tu não olhas...
Todo dia...
Marta Peres

Paz ao Amigo

Folhas caem no meu caminho
E vou pisando com cuidado,
não quero que machuquem nem se quebrem...

Levo em minha mão uma rosa branca
Esta, é para entregar ao meu amigo.
Amigo que estendeu a mão e compreendeu
Amigo que soube perdoar...

Levo comigo a rosa branca
E é a rosa da paz,
Ela cultivei no coração
E na mão direita
Carrego com devoção...

Levo na outra mão pequena caixinha de música,
Impregnada do perfume que guardo no coração
E enlaçada por laços de cetim,
nela guardo meu abraço e meu amor sem fim...

Quando abrires a caixinha não mais me verás,
Partirei ou logo irei em viajem,
Deixo a ti véus de seda e brocado
Encantadas pela mão do Mago.

Quando o sol for–se embora, lembra de mim,
Tentei conseguir sua boa amizade,
Se não esqueceu o pior desencanto
Não soube perdoar o meu pior engano!
Marta Peres

Sem Rumo







Com pensamento carregado de apreensões
A poeta põe-se a cismar,
Testa franzida e vencida pelo desalento
Esquece-se de si mesma,
Aturdida e perplexa julga-se fantasma
E a vagar vê-se perdida
Entre o céu e a terra.

Nesta hora sente-se perdida
como vento perdido pelos abismos do mundo,
sem alento, sem rumo a pobre vaga
como vagabunda, sem lar e sem abrigo.

Caminha por caminhos de difícil transpor
E sente pesar desconhecido...
Abatida desce ao charco mais profundo,
Imundo e cruel.

Não tem lugar de repouso
E nem sei onde mora,
Nunca teve, nem nunca encontrou.
Onde fica seu triste pouso?

Segue com seus pensamentos
E eles caminham no escuro
Já nem sabe que lado procurar
E não sabe que rumo tomar...
Pensa:
De onde vim, para onde vou?

Marta Peres

A Hora da Morte

Reza o ato de contrição
E expunge de tua alma suas nódoas.
Venturosos são os que,
Fortalecidos na graça do perdão,
Se alinham no caminho do bem,
Quando, então, suas almas conhecerão afinal,
O Reino dos Céus.

Livra minhas culpas por misericórdia,
Estou arrependida e hoje sou penitente...
Me encontro nos estertores da morte
Levando minha cruz,
Neste cruento Calvário.
Misericórdia Senhor!

Humildemente rogo ao Filho de Deus como
O fez o bom ladrão...
Sim, pequei e me arrependo...
Mereço o perdão!

Minha cruz é pesada, amarga
Vivo na solidão deste agreste Calvário...
Olho a Cruz mais alta, choro
Vendo sangue gotejar sobre as urzes
E transformando em contas de rosário.

Porém, luzes dela se expandem...
Novamente vi Cristo
Morrendo solitário
E eu me contorcendo e gemendo...
Fito o céu, arrependida também
Entrego minha alma.
Marta Peres

Fantasma

Exaurido ele passa...
Caminha lentamente
Buscando seu sonho perdido,
Já velho e cansado nada mais espera
Nem quer e nem ilusão de encantar
Tem cumprido.

Eis que passa...
Como desgraçado caminha,
Esquecido pára,
Busca sonho perdido.

Da janela o vejo sob a luz do poste,
Olha de um lado para o outro
Não sabe que rumo tomar...
E o velho fantasma
Fazendo fumegar o cachimbo
olha fumaça subir devagar...

Já se vê sem serventia,
O pobre nem como vento
Consegue assoprar...
Ali, parado na praça sabe
Não ter ninguém para assombrar.

E vai pachorrento o velho fantasma
Sem saber o destino a tomar.
O rio corre para o mar
E o sol percorre uma estrada
Como coche divino sobe, brilha
E se esvai...
Marta Peres

15/08/2007

Gotas de Orvalho

Hoje pela manhã
abri a janela bem devagar,
saí ao jardim
e vi bela Flor Azul derramar o orvalho,
Gotículas finas pingaram no lençol
verde.
Maravilhoso de se ver com os olhos
e o coração sentiu imensa alegria,
paz queinebriou todo o ser...
Dia abençoado pelos Deuses foi quando
trouxe-a como presente, minha amiga.
Marta Peres

Nosso Amor




Meus olhos encheram-se de lágrimas
que desceram pela face molhando minha boca
engasguei-me, nada conseguia dizer
e balbuciar uma só palavra tornou-se impossível...
Apenas sussurros, palavras mudas
que dizia com meu olhar sobre ti...
Meu amor é tão forte que chega doer no coração.
Sei que te entendo e que me entende
moro em ti e tu em mim...
Assim é o nosso amor!
Marta Peres

Agradeça

Dizes que a vida não te conforta
E que não vives bem, como querias
Viver? sofro, não vês?
Mesmo dura a vida dá alento e prazer.

As rosas convivem com os espinhos
E não reclamam, vivem,
Tu te queixas eternamente?
Fazes de tudo um drama contínuo.

Venha ver o jardim quando a noite é densa,
Nem as árvores e nem as flores reclamam
Vivem felizes dentro da noite, na solidão.
Tu tens as luzes e o quarto quente,
Elas as estrelas e a noite morta.

Nada te conforta?
Nem os ventos que batem em tua vidraça
E por lá param, tu tens proteção.
As árvores sentem pancadas
quando o vento corta os ramos
chicoteando sem piedade.

Joga teus joelhos na terra e levanta
Tuas mãos aos céus, tens vida boa
E farta é tua mesa, agradeça no pouco
Se queres ter o muito.
Marta Peres

Deixa o Pássaro Voar

Cena patética esta que provocaste,
Se sabias pra quê colocar as duas
Frente a frente, cara a cara,
Não vês tua idade...

Olharam-se sem saber o que dizer
Nem pensar, procurei no infinito
E causa alguma encontrei,
Achas melhor que todos, sabes mais?

Deixa o pássaro voar ele é livre
E não quer prisão,
Pensamento não se aprisiona
E o espírito é livre e voa
Não o queira morto.

Se tu sonhas, todos sonham,
Deixa a chama, já acendeu...
Não apaga o lume e nem deixa
A brasa dormir, acorda.

O anjo peregrino abrigou-se nela
Fazendo que tudo viesse a tona,
E sinos bimbalhavam em sua cabeça,
No seu olhar perdido palpitando o coração
Deixava rolar palavras, o ritmo tristonho
Da sua vida, ressurgia, como da outra.

E mais uma vez a vida provava a vida,
Vida vivida em tempos perdidos,
História repetida e que vai se repetir,
Pela Eternidade...
Marta Peres

Lágrima em Canto

Dentro do meu canto há o desencanto,
Mesmo quando mostro-me, encanto
E na beleza do pranto que derramei
Por ti canto...

Sinto minhas dores e as dores do mundo
No canto que é só lamento,
Vieram de ti.

A chuva fina molha meu rosto,
Queria afogar as tristezas
E não encontro caminho
Dentro da chuva que cai.

Espero olhando o final da rua,
Nada vejo e não vejo que tu vens,
Meu coração neste canto solitário chora
Sente a falta do teu amor...

Marta Peres

Mãe Maria

E ela no terreiro alimentava as aves,
Enquanto trabalhava cantava uma cantilena
Que mais parecia uma ladainha
Voa minha ave voa
Voa no céu sem parar
Voa minha ave voa
Voa em busca do seu lar.
E repetia os versos estudados
Metricamente sem errar
Voa minha ave voa
Voa que eu também quero voar
Voa minha ave voa
Vou lhe encontrar em algum lugar.
Mais parecia dor a cantiga
E todos os escravos já sabiam
Era só começar o canto
Dentro da casa do coronel
A criança iniciava seu pranto.
Estranha coincidência!
Fato contado pelo Pai Joaquim
Que vivia nas bandas dos araxás
Terras de belos índios
Que se bandearam para os Goiás.
A pobre escrava já se via no tronco
E por lá permanecia a pão e água
Nem os rogos da sinhá
Amoleciam duro coração.
E no tronco ela continuava
Como se em prece
E olhando para os céus
Parecendo ver alguém...
Voa minha ave voa
Sou triste olhando pro céu
Voa minha ave voa
Não sei o que aconteceu.
E ela via flores em belos jardins
E via o sol e os anjos em festa
Até que um dia,
Ali mesmo no tronco,
Mãe Maria morria...
Marta Peres

Nunca



Nunca ninguém sabe o que se passa em meu coração
E nunca direi, manterei guardado a sete chaves
Dentro do cofre que apenas eu posso acessar.
Não quero que me vejam rir ou chorar.

Temo e meu temor tem fundamento,
Vivo triste e minha vida é triste
Não quero que pensem que sou ou que estou
Louca, nem quero compaixão de alguém.

Nunca, nada vale mais que meu amor
E nem troco por algo diferente,
A vida eu vou levando, se indiferente
Apenas eu posso dizer...
Marta Peres

Silêncio

Novamente o silêncio se fez
E eu o conheci,
Enchia meu mundo
e ao meu redor
com o peso da agonia,
precisava sair daquele horror...
Apertei o passo saí pisando duro
Mas meu pé encostou em suas pegadas,
Caí novamente...

Marta Peres

Silêncio

Novamente o silêncio,
Silêncio mostrado e combinado
Pelo ser vil, eu já conhecia!
Este silêncio enchia tudo a volta
E meu mundo lá fora ruiu,
Nenhum barulho se ouviu...
Era trágico e patético
Como patética foi sua fala,
Triste constrangimento!
Meu coração canta agora
O horror foi embora deixando
Aberta a porta...silêncio!
Alguém quer entrar?

Marta Peres

Pássaro da Noite


Ouvi o grande pássaro da noite
Daqui de minha janela defronte ao laranjal,
Como gralha ferindo meus ouvidos
Que quietos nas nuvens descansavam.

Não era mensageiro de Deus
E era impetuoso e queria tudo saber
E pensava que tudo sabia e podia
Ficava cá perto de minha janela.

Não digas o que não sabes e nem podes
Saber, veja tudo novamente e não abuse,
Saia furtivamente a voar em bandos
Deixa a esperança renascer.

Não bata a cabeça na pedra inutilmente
E voa, palavras estridentes e cruéis
Não entram em casa azul,
Meu coração se fechou,
Meus olhos estão vendado
Marta Peres

Análise



Já pedi,
Não me analise
E nem procure pontos fracos meus.
Ninguém agüenta análise profunda
Meticulosa,
Estudada.
Serei eu a agüentar?
Sim sou assim
Ciumenta,
Exigente,
Insegura,
Carente.
Sou cheias de marcas
deixadas pela vida
só estou pedindo amor!
Marta Peres

30/07/2007

Hoje é Teu Aniversário

Quando tu nasceste
Só felicidade!
Todos te esperavam com ansiedade
E chegaste, linda...faceira...
Colocou sorriso nos lábios
De todos que lá estavam a te esperar.
Teu pai era um sorriso só.
Vieste aquecer o amor dos teus
Pais que enternecidos,
Sentiam coração pulsar forte
lágrimas de emoção derramavam
Do olhar de amor.
Vieste pelas mãos da esperança,
Foste querida, desejada...
Tua luz e a luz dos teus olhos
Iluminaram nossos corações...
Foste bela criança, tímida,
Calada, porém falava com o olhar.
Sempre admirei teu olhar,
ele quer sempre dizer algo
E se cala na tua timidez.
Foste sempre assim...
Hoje és mulher feita
E pronta para a vida,
determinada
E senhora de si...
Já colheste muitos frutos na vida
E muitos ainda há de colher,
Muitas tristezas foram vividas,
Muitas alegrias conquistadas!
Parabéns, minha menina,
Por mais esta data alcançada!
Marta Peres

Canção

Tu ouvistes o que ouvi?
Sei que é som de choro, e lacrimoso
E amargo pois ouço alguém suspirar!
Parece que o alguém se vai, triste e só,
Em sofrido caminhar,
Lembro-me das ondas do mar!
Não chores, deixa as lágrimas enxugar
Amo-te, e és o meu amor
Meu doce e querido amor!
Marta Peres

Sintonia

Vem, chega mais perto
e segura minha mão
o vento sopra
e quero soprar em seus ouvidos
doces canções.
São as mais suaves melodias
que meu coração sabe dizer,
são suas e são minhas...
Vem,
em nosso quarto apenas há penumbra
e ela será cúmplice
vem,
vem sentir a beleza da flor
e da natureza
vem,
se sentir carregada
ao mais longínquo astral
ao espaço sideral
vem,
vem falar de amor
e vem fazer amor.
Deixa meus lábios se unir aos seus
na mais perfeita comunhão
e religiosidade
que é amar...
Marta Peres

Amor Eterno

Sigo passo a passo os ponteiros do relógio,
Cada minuto é eternidade,
Milagre que não pode repetir
Aumentando a tortura da saudade.
Tormento é a vida longe do meu amor.
Em rastros de luz vou seguindo
Pegadas que conduzem a um mar distante
E a tristeza me consumindo, pouco a pouco.
Mesmo como nuvens perdidas no horizonte
Tento mudar a direção do destino,
Busco rumos onde não lhe procurei
E perco-me pelos caminhos.
Entro por estradas que nunca imaginei
E vivo de saudades e na esperança
De algum dia poder lhe encontrar,
Vou vivendo de sonhos e lembranças.
Amor, amor eterno
que vivo a recordar,
Amor que me revigora e me destrói
Sentimento que não dá para esquecer.
Amor, amor eterno,
Mesmo com o tempo que passa e apavora,
Jamais envelhece.
Marta Peres

DECLARAÇÃO

Nada é igual ao seu abraço,
quando me enlaça pela cintura
sinto-me tremer de emoção
sinto desejo de você...
Nada é igual ao seu beijo,
sinto explodir o desejo
e meu corpo dói...
Seu beijo tem o sabor do mel,
quando me beija sinto minha
boca doce como favos
e num sorriso de pura felicidade
me leva provar o céu!
Marta Peres

VOU TE ESQUECER

Não pense ser maior que o Criador.
Nada é maior que Deus.
Nada é igual a Deus.
Nem mesmo esse amor que diz sentir
É maior ou infinito,
A pretensão tua sim, que é maior.
Já que vai partir não divida o céu
E nem queira carregar contigo o mar,
Não queira ter tudo, já nasceu bem alto
E poderá alcançar novos horizontes,
Ter todas as coisas tuas
Até mais longe onde a vista alcançar.
Deixa um pouco para mim!
Não ponha tudo dentro da tua mala
Deixa os sonhos, as ilusões,
Deixa a alegria de viver a esperança,
Será difícil te esquecer porém,
tudo é possível, vou te esquecer.
Tudo farei para te esquecer só não quero
Que me deixa sem Pátria!
Marta Peres

Ternura

Tomei estrelas no firmamento
E guardei-as todas em caixa de veludo,
Com elas irei bordar nas linhas do infinito,
Uma noite, somente pra lhe amar...

Das pétalas de rosas que caíram do jardim
Do meu coração e com flores de violetas azuis,
Bordarei nas linhas da eternidade,
Um céu branco e lilá, deslumbrante,
A noite do nosso amor...

Marta Peres

Poema do Amigo

Estranhamente pálido
e anêmico,
Que de vezes já o encontrei,
Em escusos bares do submundo,
O meu calado cúmplice!

Havíamos feito muita farra juntos.
Convivemos numa convivência boa
Desde a época do liceu
Até conseguirmos nosso diploma de bachareu.

Assim como todo bom advogado
Que vivia em nossa época,
Éramos perfeitos boêmios e poetas.
Mas isso não era coisa de se contar.

E aquele segredo sentava-se ali conosco
Como um convidado invisível.
E nós bebíamos lentamente a ver se recordávamos
Toda nossa vida,
em apenas algumas garrafas...

Através da grande janela envidraçada
Podíamos ver as águas do Tejo passando lá fora.
Era maravilhoso o espetáculo que se descortinava
No bar, lembranças,
meu amigo e eu nos embriagávamos...

Marta Peres

28/07/2007

Ser Poeta


Nem fiz curso,
Se sou poeta foi dom
E ele veio de mansinho
Começou devagarinho
Quando o sol nasceu...

Se sou poeta?
Já disseram que sim
Mas sou é maestra
E do giz já utilizei
Energias, já desperdiçei!

Dizem que ser poeta
é ser mestre
e esse dom permanente
chama atenção do pássaro
que canta e voa
diariamenteno fundo do meu quintal.

Nem curso fiz!
Sei que são importantes
Mas com dom,
Tudo fica diferente,
O poema prevalece.

A obra do Divino é magnífica,
Trabalho só com a inspiração,
esta foi legada entre rosas
E espinhos, passarada a voar
No céu azul e sobre o mar.

São emoções e paixões
São dias e noites
Que vão à madrugada,
Me vejo apaixonada
Com a lua
E os namorados.

As palavras vão se juntando,
Ora lentas, ora numa rapidez
Vertiginosa e os amantes
Enlouquecidos fogem pra
Cantos bem escondidos
Amando, amando e só amando...

Ser poeta é vocação
É trabalho é missão
É vida, é dom
Que sai do coração
E canta na alma...

Marta Peres

Filha, És Flor de Açucena



Poema que dedico à minha filha Paula!!!

Gosto de acariciar teu rosto.
Teus cabelos mais parecem
Campo de trigo dourado
E minha mão fica pequena
Como uma flor de açucena
Que delicada debruça
Sob o peso do orvalho.
Teu coração imenso
Maior que o firmamento
Encanta o meu olhar,
Faz que lágrimas derramem
Quando me ponho a te olhar...
Sinto neles o deslumbramento
E vejo estrelas no céu,
Mesmo sendo nas manhãs.
Tu me encantas desde tua chegada
és filha brilhante, amada,
estou perdidamente emaranhada
em teus fios de delícias e doçuras.
Já não encontro o começo da meada,
Não sei nem mesmo
Se há ponta de saída,
Meu amor por ti vai num ritmo crescente
e subjuga meu pensamento.
Não me importo.
Amo-te filha, razão de minha existência
E quero teus nós de seda
Cada vez mais cegos e apertados
A me costurar nas malhas
Do meu amor de mãe,
Enquanto tu me amarras, mais e mais,
Permanecemos atadas no carinho
E na cumplicidade, amor de mãe e filha,
Própria trama redonda do novelo.

Marta Peres

Obra de Arte


Vivo triste,

Perdi meu pincel da esperança

Que deixava belas, as telas, de sonho

E ilusão, fruto da imaginação.

Sonhos respingados da euforia,

Lindas sonatas repletas de harmonia.

Como farei, preciso pintar meus sonhos

De felicidade, não tenho picel.

Nem como misturar as tintas,

O balde da fantasia ficou perdido

E o otimismo, não existe mais,

As colheres de alegria ficaram tristes.

Meu mundo encantado desmoronou...

Tudo foi ao chão da agonia

A obra que pensei, temo

Jamais se inicia.

A tela que deveria ser branca

ficou negra e nenhum colorido há,

dos sonhos slpicados, apenas borroões

que se deslocam.

Meu pensamento flutua

Desencadeando sentimentos,

Sem prazer, sem vida

Fico inerte, sem a obra de arte.

Marta Peres

Embriagar-se

Dueto

Marta Peres

Se me embriagar, não sentirei
O fardo do tempo
Que verga e inclina minha vida,
Vou me embriagar sem descanso.

Maria Flor

Para não sentir o peso do tempo
mas se o vento passa
leva o tempo
leva a vida

Marta Peres

Por isso vou me embriagar
Beber até a última gota
Sentir a vida na bebida,
Com o quê?

Maria Flor

Na taça do vinho frisante,
deixar que esquente a alma,
sorver em cada gole,
o sentido da vida.

Marta Peres

Triste vida sem você...
É preciso estar sempre embriagada
Mesmo que com o vinho da poesia
Se me dá a virtude de escolher...

Maria Flor

Escolher viver ou morrer?
Viver por você,
Para morrer sem você.
Em cada traço
Em cada laço
Está você...

Marta Peres
Se porventura, escolher morrer,
Deixa que meu corpo descanse
Sobre relva verde de um fosso,
Não quero solidão morna dum quarto

Maria Flor

Quero morrer em teus braços...

Marta Peres e Maria Flor

Minha Morte

Sinto qua a luz dos meus olhos se apagaram,
Não consigo mais ver o brilho do seu olhar
E nem o brilho do sol e das estrelas
Tudo ao meu redor é negro, pavor, terror.

Sinto medo,
vejo pessoas rezando ao meu redor
outras chorando e com olhos de dor,
tudo é assombro, a vida desmoronou.

Pensei que fosse sonho!
Mas minha imagem exposta no ataúde
Diz em contrário,
Cruel angústia que não tem fim.

O que restou de mim?
Vejo apenas entulho ficando para trás
E a angústia aumenta,
Minha consciência é nítida para esta sorte.

Vejo meu corpo descendo estreita vala
E meu coração dispara em agonia profunda,
Me falta o ar e a angústia cresce
Todos se foram, só, eu fiquei em prece.

Marta Peres

Encontro com a Morte

















Nos encontramos novamente
Não por eu querer encontrar
Mas pela força que você promoveu
Em me achar.
É minha doce amiga!
Mas nem por isso queria lhe achar,
Há algo que me intriga,
No meio de tantos
Como foi me encontrar?

Você chegou branda, meiga,
Uma doçura imensa
E chamou por mim,
Aqui estou,
No meu novo fim.

Marta Peres

Amor


Chegaste em minha vida assim como as areias

Do deserto recebem água,

Senti desejo e fui satisfeita,

Me deste o amor que só os apaixonados

E as almas gêmeas sabem e podem dar.

Como criança senti doce felicidade

Alegria e ternura.

Entreguei-me totalmente

E sinto-me a mais realizada das mulheres!

Tu chamas amor!

Marta Peres

Amigo

Tu me ofertas o perfume
E ajuda-me trilhar a vida,
Tu faze-me bem,
Em troca dou-te uma rosa.

Tu que entrabre os lábios num sorriso
Para comigo
E compartilhas lágrimas
E sabes de minha existência,
Oferto-te uma rosa!

Tu que és nobre nos sentimentos
rico no viver
e imperas no amor,
oferto-te uma rosa!

Tu que és pessoa amiga
Fazendo ternamente do silêncio sair sons
E que canta comigo
Oferto-te uma rosa!

Tu que parastes para ouvir meus queixumes
E lamentos
Tendo palavras doces e certas,
Esta rosa é para ti
Com meu eterno obrigado!

Marta Peres

A Gota e a Flor



Andei...por céu eu andei e andei por mares
Caminhei em estradas e caminhos poentos,
Caminhei sobre cascalhos e pedras caminhei...
Tinha esperança de saber o que é o amor...

O que é o amor?
Vi um poeta e perguntei e vi uma criança
E vi um homem e vi uma mulher.
Ninguém sabia dizer...

Então me vi num jardim, encantador
E caminhei por alamedas e avenidas
Vi pássaros e vi a flor azul...
Deslumbrante no seu canteiro...

A bela flor azul orvalhada pelas gotas
Do orvalho da manhã assim falou:
O amor é o carinho é o espinho
que não se vê na minha flor.

O amor é alegria, é passarada
Em alvorada é a vida quando
Chega sangrando em minhas pétalas,
Mas com gotas do meu imenso amor.

Marta Peres

Flor Azul


Ouvindo música suave em virtola antiga
Lembrei-me de ti Flor Azul!
Era calma e mansa como penso que és,
De rosas e mais rosas senti suave perfume,
Ao pensar de ti.
Caminhavas em dia de sol lindo e ardente,
e tua imagem loura, ariana, encheu meu olhar
e o azul do céu em ti me confundiu a visão.
Estavas bela em teu traje azul.
Vi desabrochar botão azul da Flor Azul
E doces sentimentos nasceram na alma,
Eras bela e mais bela era a alma...
Pelo semblante notei que sonhavas,
a vitrola entoando suave melodia
dedilhava som inebriante,
emanando em teu coração o sonho.
Dores, amores, lembranças doces
Falavam na mulher e Flor Azul
E a viola chorava na vitrola
Feliz ao falar na mulher,
amor e Flor.

Marta Peres

O Amor Canta no Coração

O amor canta em nossos corações!

O amor canta em meu coração!

Não há desespero

nem lugar para a tristeza

quando o amor está presente e canta.

No amor a sabedoria fala

e não há desgosto e nem mágoa

e o amor mais belo e profundo

emerge numa alegria sem fim.

Transborda o mel no coração

e meus olhos enchem-se de lágrimas.

Derramo todas e limpo o coração a alma.

Amo!Amo!Amo!

É uma alegria sem igual, ímpar!

Uma alegria que não se explica

e nem se entende canta

e é feliz, apenas isto.

Marta Peres

27/07/2007

SAUDADES

Já não vou mais visitar-te o jazigo,
Lá me acho triste...sem chão
Quando contemplo a cruz, antiga sentinela
Erguida ao lado de uma goiabeira
Que ali nasceu.
Prefiro não ir,
Busco a memória e vejo-te comigo
Sorriso meigo, calmo, amigo,
Eras tão bela!

Vejo-te em sonhos

Sob o verde de aquarela

E teu sorrio me cala o coração,

Estás linda nesta minha visão!

Recordo do dia que tu partiste!

Já sabias que a hora chegava

E querias teus amados do lado

Nem todos vistes em vida!

Mas mesmo assim Mãe, tu fostes

Pois era vencido o tempo,

Hoje nas Moradas Celestes tu vives

A espera dos teus amores.

Venho falar-te, em prece enternecida

Do amor imenso que a ti tenho,

Não me deste a vida, ensinaste-me a vivê-la

E caminhar só, por mim mesma.

Sinto a sua falta!

Sinto saudades Mãe, dos teus carinhos

E de tuas mãos no meu rosto

Do afago suave e sincero de Mãe.

Marta Peres