29/01/2008
Posted by Marta Peres on 14:46 with No comments
Morte
Lá fora ouço a canção serena do vento,
O sol quente ilumina, aquece tudo,
Dentro de mim não mais existe o inferno
Sopro luminoso mostra o que é viver.
Livre como pássaro vôo, liberdade,
Som que canta no pensamento
Escorre pelas veias...
Tormenta acabada, fim de solidão,
Descaso e inquietação,
Ferida disforme que cicatriza
Momentos duros que findam.
Apenas lágrimas lavam a alma,
Já me sinto leve como pluma ao vento,
Tudo é alvo e calmo, árvores frondosas
Em jardim colorido pelas flores, pela grama
Chego ao descanso infinito!
Marta Peres
Posted by Marta Peres on 14:44 with No comments
Posted by Marta Peres on 14:35 with No comments
Pai Joaquim
Na úmida senzala Pai Joaquim
Padeceu grandes dores, triste e sofrido
Viveu separado de sua mulher e filhos,
De sua gente e do seu lar foi arrancado
Pelos mercadores, carregado como carga
Em negreiros, foi trazido para o Brasil.
Pai Joaquim, viveu em fazendas dos Araxás
E debaixo de chibata trabalhava com o gado
Do Senhor,
Sentiu no lombo dor aguda, jamais chorou
E altivo olhava seu dono,
Era rei em sua terra e como rei deu-se
O respeito.
Sonhou com a volta a Pátria,
Sonhou encontrar os filhos e esposa,
Chorou sozinho e escondido sofreu,
Padeceu!
Ele era grande, grande,
Mereceu toda grandeza pela sua vida
Sem contudo realizar o sonho.
Sua alma ecoa em brados pelo Brasil!
Três séculos são passados,
Nosso bravo guerreiro permanece,
Sofreu, foi altaneiro na labuta do trabalho
Deixou ensinamentos de amor,
Porém, cativo após a morte deixou de ser!
Marta Peres
Salve o Dia da Consciência Negra!
28/01/2008
Posted by Marta Peres on 11:42 with No comments
Ruas
As ruas de minha cidade estão molhadas,
Águas caem desde a noite de sexta-feira,
Lavam as ruas, lavam a alma.
As águas saem das minhas entranhas,
Percorrem meus olhos se instalando nas
Nuvens, molham as ruas que participam
Dos meus sentimentos.
Não me importa lá fora a turba de agitação
Que passa por elas, sei que há e são invisíveis
Aos meus olhos e ouvidos.
Só ouço o barulho dos pingos grossos caindo,
Existe penumbra em meus olhos pelo pensamento
Longínquo, penso naquela árvore florida onde
Deixei quem amo, numa rua estreita e sem beleza.
O céu está branco sobre a rua solitária por onde ando,
Sei que há promessas feitas pelos humildes corações
Que povoam casas, há sonhos, ilusões, amor...
Marta Peres
Posted by Marta Peres on 11:30 with No comments
Não Foi Adeus
Disse adeus ao mundo em momento certo...
Queria ouvir “até breve”, ouvi adeus
E ela se afastou sem que fosse feito algo...
Foi levando consigo minha esperança,
Deixou em mim fadiga cruenta, que fazia
Doer os músculos do corpo inteiro.
Grande despedida, dolorida e inconsolável...
Nada houve para iluminar o momento preciso
Quando foi a hora do triste adeus...
No final, respiração difícil, não houve vacilo.
Choro de desespero pela dor sentida,
Disse adeus com os olhos esbugalhados,
Adeus verdadeiro, derradeiro e sem voz
Que me ajudasse convencer, confortar...
Apenas partiu primeiro levando consigo
O sorriso meigo, a douçura do olhar,
Das palavras, o carinho sincero, a
Sinceridade e calma, seu amor...
Não foi adeus que ouvi quando fecharam
As paredes separando-a do mundo,
Foi apenas uma despedida, um até breve!
Marta Peres
Posted by Marta Peres on 11:26 with No comments
Liberdade
Serenamente foi amolecendo os músculos
do corpo, todo organismo foi parando calmo
e lento, nenhum suspiro se ouviu, apenas
seu organismo obedecia às ordens de comando...
Já não havia o peso do passado, tudo havia
se cumprido conforme o determinado, escolhido
antes da última vinda naquele corpo cuja doença
ceifa aos poucos...
Foram tantos anos de vida!
Vida dedicada ao amor, compreensão, carinho,
jamais vida parada...
Finalmente aquela alma sentiria a liberdade,
iria voar livre pelos ares, pelos céus, pela imensidão
encontraria velha habitação, cheia de paz e saúde.
Decidida retira-se daquela carne sofrida, machucada
pela dor que o corpo mitigara anos a fio, e o semblante
torna-se leve, puro, de uma calma inexplicável à
inteligência humana, e ela dorme, plácida dentro
do caixão!
Serenamente foi amolecendo os músculos
do corpo, todo organismo foi parando calmo
e lento, nenhum suspiro se ouviu, apenas
seu organismo obedecia às ordens de comando...
Já não havia o peso do passado, tudo havia
se cumprido conforme o determinado, escolhido
antes da última vinda naquele corpo cuja doença
ceifa aos poucos...
Foram tantos anos de vida!
Vida dedicada ao amor, compreensão, carinho,
jamais vida parada...
Finalmente aquela alma sentiria a liberdade,
iria voar livre pelos ares, pelos céus, pela imensidão
encontraria velha habitação, cheia de paz e saúde.
Decidida retira-se daquela carne sofrida, machucada
pela dor que o corpo mitigara anos a fio, e o semblante
torna-se leve, puro, de uma calma inexplicável à
inteligência humana, e ela dorme, plácida dentro
do caixão!
Marta Peres
Posted by Marta Peres on 11:10 with No comments
Entra a Primavera
Da minha janela teço sonhos
E nos sonhos vejo amores
Poesia e flores...
Da minha janela vejo meu jardim,
Encantado pela fada,
ouço pássaros cantando ali
E sei que há colibris...
Menina que brinca e canta
No meu jardim,
Em tempos louros de mim...
Brincando na chuva vejo a menina,
A correr daqui e dali
Nos galhos das árvores a sorrir
...mal-me-quer,
bem-me-quer!
E flores belas e rosas em botão
A menina desfolhando,
Cantando a mesma canção
...mal-me-quer,bem-me-quer!
É primavera!
Flores se abrem,
Margaridas cobrem tudo
E cobrem tudo as onze horas,
Lírios de todas as cores
Cravos, hortências e jasmins
Lá no final, bem no cantinho
Do muro copos de leite
E os belo girassol,
A sorrir para mim!
Marta Peres
Posted by Marta Peres on 11:06 with 1 comment
Palavras
Move o vento!
O pensamento move-se como move o vento
E palavras são ditas e caladas,
Palavras e palavras...impensadas, pensadas...
Inconseqüentes ou conseqüentes, está ai o velho
Pensamento humano pensando em sua fúria
E ávido de pronunciar palavras...palavras
Machucam...destroem...matam...dignificam...
Existem palavras que não se pronunciam
O silêncio fala mais que palavras desnecessárias...
Palavras maldosas, mentirosas, chegam feito
Larvas de vulcão...mas sempre palavras...
Dizer o que não se deveria, o irracional
A voz do silêncio fala mais...
Marta Peres
Posted by Marta Peres on 10:53 with No comments
Maria
Nossa Senhora Mãe de Jesus!
Rainha da Paz e da Luz!
Glória, Glória, Glória!
Venho a Teus pés!
Bendita és Tu!
Digo a Ti Mãe!
És rainha da minha vida
E a Ti peço clemência e amparo,
Não importa os tantos nomes que tem
Maria é o mais belo!
És Maria! Mãe do Senhor!
És Maria! Flor de Bondade!
És Maria! Lírio de Amor!
És Maria! Amparo da Humanidade!
Bendita sejas, Mãe!
Bendita sejas, Senhora!
Sê conosco Mãe, a todo momento
E todo diaInunda teus filhos com tua luz bendita,
Perdoa os pecados,
Agora e na hora
Da nossa morte...
Amém!...
Marta Peres
Posted by Marta Peres on 10:48 with No comments
Dia dos Mortos
Finados chegou, dia de recolhimento,
Levar o pensamento aos nossos que se foram,
A todos os amigos e irmãos.
Ir ao cemitério, procurar sepulturas queridas
Levando oferendas, flores e velas.
Fazer uma oração na que foi esquecida
Dos seus, na que vive só, sem ninguém
Que olhe por ela, coloca um flor.
Não passe por aqui sem olhar pra mim,
Pare um minuto, olha o meu retrato,
Também já estive neste lugar, nesta data,
Hoje estou morto a espera de uma
Reza que possa acalmar meu sofrer...
Marta Peres
Posted by Marta Peres on 10:37 with No comments
Tempestade
Tempestade caíndo sobre minha cabeça dolorida
Duvidas e queixas, caminho que sigo a passo hesitante.
Realidade doída, afronta que feriu e sangrou, virou ferida
Coração em trapos, sentindo dores, machucado o bastante.
Sou um corpo frio em busca de amor, voz sussurrante, olhar aflito
Perdi tudo o que tive um dia, lar desmoronado, família desmantelada
Cedi a cobranças vãs, ando a sofrer, minha voz reprime o grito
Não sei mais sorrir e sou triste, vivo vida amargurada.
Nada sinto, nada tenho e nada espero, esperanças dormem, há mágoa
E me embrenho neste mar de loucura e sofrer, mar bravio, não vejo saída
Nem consigo desbravar as ondas, sentimento cruel, temo esta água.
Minhas forças se calam, posso sucumbir, a verdade se escondeu
E não consigo mostrar os fatos, lágrimas caem dos meus olhos cansados,
Nada mais posso e meu barco a deriva continua, luta constante, perdida.
Marta Peres
Posted by Marta Peres on 10:31 with No comments
Culpa
Céu colorido de cristais,
Corre como ciclone
No seu colar de confetes cravejado,
Choro convulsivamente, contudo caminho
Cantando cantiga da culpa,
Calada ante cena cruel.
Conselhos cedidos,
Ciúmes, carrego crimes, cicatrizes
Contrariando o Criador,
Sou criatura cansada, calejada
Coração cingido pela chaga.
Chego calma na colina carpada
Carregada de ciprestes,
Cravos colocados no caminho
Cenário colorido, colossal,
Contente caio ao chão,
Crisântemos de cetim,
Coleciono, cultuo.
Marta Peres
Posted by Marta Peres on 10:22 with No comments
Belos Momentos
A varanda do meu quarto é batida pelos ventos
Que vêm do mar.
Lá longe a casa do rochedo podia se avistar,
Desenhada na curva, em torno da baía formando
Uma enseada descoberta, por onde se podia ver o sol.
Árvores copadas e floridas descendo ladeira abaixo,
Encantando corações.
Ao longe, veleiros e barcos de pesca seguiam
sem se importarem com o crepúsculo, com o tempo
Que fugia, douçura que só eu experimentava.
Belos momentos em que ali, olhava o mar bater nas
Pedras, franjas de areia, recifes, no lado de um encantador
Jardinzinho, onde pessoas paravam para o descanso.
Marta Peres
Posted by Marta Peres on 10:15 with No comments
Decisão
Relógios batem as horas,
Soam forte dentro da noite calada e quente,
Ainda estou em minha janela olhando a imensidão
Astros que brilham nos céus.
Vou dizendo a eles do meu mal, revolta,
Cancei-me de cena teatral,
Tentei levar às alturas toda dor que sangra o peito,
Grito ao alto tudo que odeio e fujo do que é irreal
Desisto desta vida, não quero mais!
Marta Peres
Posted by Marta Peres on 10:10 with No comments
Posted by Marta Peres on 09:35 with No comments
Saudades da Menina
Dentro da nostalgia penso minha menina,
Sonho tempo passado e as saudades
Batem forte, grossas lágrimas caem
Do rosto de mulher madura.
Brincando de roda lá vai a menina
no corre, corre daqui e acolá
Põe-se a lua a olhar, admirar
E sentir encantamento,
Doce menina que logo será mulher.
Olhos espertos e doces, belos pensamentos
Passam como o vento e a menina continua
A lua fitar, saudades...amor...no que a menina
Estará a pensar?
Bela menina do olhar cândido e sonhador,
Fica a lua a olhar, coração a suspirar!
E na dança de roda rodopia a menina
Sonha acordada contando as estrelas.
Ah! Menina! Tens um amor?
Marta Peres
Posted by Marta Peres on 09:01 with No comments
Ausência
Sinto minha alma transformando-se
em deserto seco onde falta a água
e o vento bate nas areias que caem
nos olhos fazendo-os cegar...
Não posso ver você...
Minhas noites são escuras, sem lua
Não tenho casa, vivo na rua
Nua, em terra estranha...
Desespero, ausência que maltrata
Meu viver, funda, deixa minha vida
Descontrolada, os olhos cansados
De tanto por você chorar...
Sinto minha alma transformando-se
em deserto seco onde falta a água
e o vento bate nas areias que caem
nos olhos fazendo-os cegar...
Não posso ver você...
Minhas noites são escuras, sem lua
Não tenho casa, vivo na rua
Nua, em terra estranha...
Desespero, ausência que maltrata
Meu viver, funda, deixa minha vida
Descontrolada, os olhos cansados
De tanto por você chorar...
Marta Peres
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