06/10/2009

Paz


Paz

O tempo ensina e ele abre os braços,
acolhe ensinando enquanto no caminho
ainda modifico o pensamento, quero paz,
luto por ela, acabo despetalando a flor!

Vou cultivando a vida na busca da paz,
de nada desisto, resisto a trovoadas
oferecendo amor, com uma flor branca
minha bandeira é erguida ao alto.

E assim sigo, prossigo entrando na contra
mão onde olhares causam dor, suportar,
superar perdoando de coração é vida
que ajuda crescer, unidos na paz e irmãos!

Marta Peres

Voz do silêncio


Voz do silêncio

Na boca inda o sabor dos derradeiros dias,
quintal mostrava sinais do final da temporada,
folhas e cascas jogadas ao chão, esparramadas
nem gemiam para morrer, lembranças apenas.

E rastelos iam juntando o que viam pela frente,
misturando à terra eram levadas a locais abrigo,
resguardadas para adubo. O céu claro cobria
rosto de suor, à tarde certamente viria chuva.

Dezembro dentro das lembranças abria portas
fechadas, olhos rodavam casa e quintal,
folhas vermelhas caídas na cozinha certamente
carregada pelo vento que soprava todos os dias.

Meu mundo ali dentro das minhas mãos, mesmo céu,
mesmo ar, casa mais velha, menos cuidada, dentro
do coração recordações passavam em cenas
cinematográficas, tenho de estar só na multidão.

Velha jabuticabeira sentia minha presença,
balançando os galhos deixava palavras
em meus ouvidos, sabia de minha partida,
nada dizia, deixava a voz do silêncio falar.

Marta Peres

Pétalas


Pétalas

No meio do caminho encontrei pétalas
e elas abriram o caminho por onde passei,
pétalas coloriram a vida, deixaram luz
carregada de firme esperança no amanhã.

O bem feito a outrem impregna de pétalas
cada jardim da existência, o amor
transbordado jorra chuvas delas caídas
dos céus, mãos de anjos entornam...

E no ajuste de contas, amor oferecido, bem
praticado ficam por conta do Pai, Ele como
credor não se importa em arcar com despesas
pagando com juros, e jorram pétalas...

O que guia sua vida ouvindo o coração, dentro
da verdade prescrita pelo Pai, haverá de nadar
em mar de pétalas perfumadas, a vida lhe será
segura pois mesmo que lhe atirem pedras,

encontrará em seu caminho fonte de pétalas,
e há de revigorar forças, curar feridas e dores,
sentindo-se superior às pedras do caminho.

Marta Peres

03/10/2009

Análise


Análise

Eu posso ser como eu quiser,
posso ser o que você quiser.
E você, sabe quem é?
De acordo com o momento sou ternura
e alegria, admiro a magia das flores,
do sol, da lua, dos pássaros em revoada.
Acredito que possa ser fada ou bruxa.
Posso ser surpresa ou espanto.
Lentamente caminho rumo à morada dos anjos,
sei que ainda alcançarei as estrelas navegando
em um cometa, tudo posso quando quero.
E você pode?
Vejo você a olhar para mim, admira ou recrimina?
Me examina como se estivesse analisando.
Sou assim mesmo, brava, ponderada, impulsiva,
entusiasmada, encolerizada, sou tudo isto e mais também,
no entanto deixo sua voz rouca de prazer,
me viro do avesso e lá estou, apaixonada por você!

Marta Peres

Senhora


Senhora

O coração pulsa pela doce emoção,
jardins coloridos pelas flores, alas
de alamedas bordadas, tonalidades
em verdes variados, perfume no ar.
Grande casa ao fundo, suntuosa onde
bela senhora caminha tomando os ares
da tarde, lentamente embriagando-se
pelo aroma das rosas. Pensativa
deslizava silhueta, ora deixando-se parar
em frente ao caramanchão, ora indo
até o chafariz, molhando a testa
ou bebendo água nas conchas das mãos.
E a primavera emprestava beleza singular
ao sítio deixando a alegria no ar, bem-te-vi
pusava nos galhos das roseiras, passarada
cantava ao fundo, no pomar. E a senhora
perdia os olhos na imensidão da estrada
divisada na serra, esperaria alguém?

Marta Peres

Seja águia


Seja águia

Se surgem tempestades na vida,
se nuvens escuras pairam ante
os olhos, não dobre as asas, não
fuja dos problemas, encara firme.

Imagina-se águia, bela, firme, forte,
Imponente, asas largas alça voo
em pontos altos, plaina calmamente,
com majestade, arrogante e altiva.

E impõe admiração pois é sábia,
voa em pontos elevados e tranquilos
dos céus, não haverá quizilas ou rusgas
pois a claridade é intensa.

Olha os céus e imagina-se lá no alto, voando,
voando, sobranceira, corajosa como a águia,
sinta-se superior e domina, enfrenta problemas
olhando do alto, com coragem.

Marta Peres

Arte de Viver


Arte de Viver

É isso aí, viver a vida plenamente
feliz conforme possibilidades e escolhas.
Viver hoje contornando problemas,
aparando arestas, viver, sem medo de existir.
Encosta de lado as dificuldades, vai driblando
conflitos afetivos que afeta controle psicológico,
e as quizilas, estas deixe-as envelopadas,
engavetadas, bem escondidas para não encontrar.
Calma, saiba entender ou procure fazer isto,
Aborrecimento, porquê?
Olha o campo, o verde variado que enche o olhar,
olha a imensidão, as árvores no sossego das matas,
a rosa desabrochando, o sol que chega todas as manhãs.
Fala com o seu coração, seja artista na arte
do bem viver, do bem conviver e distribua
boas palavras importando-se com sua própria vida,
deixando o outro lhe falar da sua se preciso for
sem jamais atirar pedras, pois mesmo sendo elas
necessárias e propícias, que não seja pelas suas mãos.

Marta Peres

Voz do silêncio


Voz do silêncio

Na boca inda o sabor dos derradeiros dias,
quintal mostrava sinais do final da temporada,
folhas e cascas jogadas ao chão, esparramadas
nem gemiam para morrer, lembranças apenas.

E rastelos iam juntando o que viam pela frente,
misturando à terra eram levadas a locais,
resguardadas para adubo. O céu claro cobria
rosto de suor, à tarde certamente viria chuva.

Dezembro dentro das lembranças abria portas
fechadas, olhos rodavam casa e quintal,
folhas vermelhas caídas na cozinha certamente
carregada pelo vento que soprava todos os dias.

Meu mundo ali dentro das minhas mãos, mesmo céu,
mesmo ar, casa mais velha, menos cuidada, dentro
do coração recordações passavam em cenas
cinematográficas, tenho de estar só na multidão.

Velha jabuticabeira sentia minha presença,
balançando os galhos deixava palavras
em meus ouvidos, sabia de minha partida,
nada dizia, deixava a voz do silêncio falar.

Marta Peres